quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

artigo 13 - mas não é uma gracinha?

Algumas vezes me deparo com frases nas ruas e dizeres de caminhões que não são de todo ruim. Algumas valem até reflexões, referências e citações bastante apropriadas no cenário político atual. Em Santa Teresa, por exemplo, um bairro tradicional da cidade do Rio de Janeiro, podemos nos deparar com a seguinte frase estampada na mureta do Largo do Curvelo; "Ficha Limpa: eu acreditei!" Estava lá. Escrita por um spray avermelhado, meio tosco. Até então, quando chego em casa e, pronto! O cômico enfim, virou trágico. O Senado foi apossado por aquele que faltava à trupe do Circo dos Vagabundos. Faltava um palhaço pra festa começar.
Me utilizando de mais uma citação, agora pego emprestada a fala do senador Pedro Simon (PMDB-RS); um dos poucos de seu partido que ainda restou um pouco de bom senso na cabecinha, foi muito feliz ao afirmar a seguinte frase em plenário: "Jucá, Sarney, Renan e Jader no Senado... Meu Deus!" E precisou dizer mais alguma coisa? Por mim o discurso do Simon poderia ter terminado ali.
O problema é a evolução do partido. O que ele se tornou. Há muito não é mais a casa do democrata Ulysses  Guimarães ou daqueles que defenderam tão firmemente as "Diretas Já" e o fim da ditadura. Hoje o PMDB pode ser sim o maior partido do Brasil, mas não ás custas do trabalho de seus integrantes, sim as custas do povo brasileiro. É nítido que o PMDB segue uma linha "de base" de pensamento; aquele de nunca se opor ao governo federal. Uma pena. O maior partido do Brasil deveria se pautar sobre os desejos do Brasil e não sobre os desejos de seus correligionários. Um partido que poderia ter dado certo, mas quando não protagoniza as manchetes dos jornais com denúncias de corrupção, protagoniza com demonstrações de incompetência e passividade com o que é de mais errado na política.
É claro que existem bons quadros no PMDB, vamos fazer justiça, mas esses são diariamente ofuscados por aqueles que mancham uma história que poderia ser muito bonita, como foi nas décadas de 80 e 90.
Não adianta. Enquanto o partido tiver como lideranças Romero Jucá, José Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho, enquanto o partido gastar 500 milhões de reais do dinheiro público em campanhas eleitorais, como foi feito no Rio de Janeiro, durante a campanha de Sergio Cabral, o PMDB será um partido sem essência, forte em quantidade, fraco em qualidade.
Eles podem até mostrar a língua pra sociedade, mas a sociedade cresce, se desenvolve e amadurece e, quando mostra a língua de volta, mostra uma muito maior!
Mas não é uma gracinha?



por alberto szafran.


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